jueves, 28 de diciembre de 2017

Como fazer nutrientes hidropônicos

Esta é a segunda parte da entrada Como fazer nutrientes hidropônicos, se você não leu a primeira parte, pode encontrá-la aqui. Neste artigo, veremos como fazer os cálculos necessários para fazer soluções nutricionais. Mesmo se você não vai misturar sais, é importante ter um conhecimento básico de como ele funciona.

Este é o resumo da primeira parte, para atualizar sua memória:

As necessidades nutricionais das plantas incluem certos elementos.
Estes elementos são obtidos por meio de sais que os contêm na forma de íons.
Um elemento pode ser obtido a partir de mais de um sal.
Existe um intervalo ótimo para cada elemento.
Um sal adiciona mais de um elemento, então você tem que encontrar o equilíbrio de sal direito.

Combinando sais

Nós ficamos nesse último ponto: quase todos os sais adicionam mais de um elemento do que precisamos, então devemos acompanhar cada valor e manter um equilíbrio. Isto é especialmente importante quando calculamos os macroelementos.

Agora você vai ver isso com o seguinte exemplo (tirado da Hydroponic Food Production, de Howard Resh), embora, como sempre, tudo dependa dos sais disponíveis.

Para o nitrogênio, use nitrato de cálcio (Ca (NO3) ₂), que fornece nitrogênio e cálcio. O nitrogênio adicional pode ser fornecido com nitrato de potássio (KNO3), que também fornece potássio.
Para o fósforo você pode usar fosfato monopotássico (KH2PO4) que também adiciona potássio.
O resto do potássio pode ser proporcionado por sulfato de potássio (K2SO4), que também fornece enxofre.

O resto do enxofre pode ser proporcionado por sulfato de magnésio (MgSO4), entre outros sais, que (você adivinhou), também fornece magnésio.

Com isso, teríamos coberto os requisitos de macronutrientes. Com os micronutrientes você pode jogar o mesmo jogo. Geralmente é mais fácil, porque muitos são sais que fornecem um micronutriente e macro, e conforme necessário, em uma quantidade tão baixa, quase não afetam a quantidade de macronutrientes.

Resh também recomenda que os micronutrientes usar um mix comercial, porque os montantes necessários são tão baixos ea quantidade que você tem que comprar tão alto, é mais caro para comprar sais individuais.

Além disso, os requisitos de micronutrientes geralmente são muito semelhantes e constantes, então você não precisa se ajustar tanto de acordo com as condições do momento.

Os macronutrientes, no entanto, às vezes requerem ajustes dependendo da espécie, do estado de crescimento da planta e do clima.

Outro aspecto a ter em conta é a solubilidade dos sais. Os mais solúveis são os sais, o melhor, mas se o seu sistema tem ambiente físico em que estão localizadas as raízes, como lã de vidro, esferas de argila, etc., os sais menos solúveis não são um problema tão grande, porque eles podem ser em áreas acessíveis para plantas.

Se é um sistema de cultura de águas profundas (Deep Water Culture, DWC), quando eles caem, eles não são mais acessíveis às raízes, então tenha cuidado.

O melhor é que você informe os sais que você tem acessíveis e consulte seu uso em hidroponia e sua solubilidade na Internet ou seu fornecedor.

Bem, já temos o assunto de sais cobertos. Você sabe quais são os sais, quais são os mais usados ​​e como eles funcionam. No entanto, como os usamos para fazer uma solução nutritiva?

Peças por milhão e gramas
Bem, pegue um lápis, um papel, uma calculadora e uma xícara de seu café ou chá favorito, porque as coisas vão ficar interessantes.

Nós vamos entrar na química um pouco e, embora não seja muito difícil, há algumas coisas a considerar. O melhor é que, se você tiver dúvidas, pergunte ao seu amigo familiar / familiar da química favorita (também não se preocupe, não é química avançada).

Eu vou tentar simplificar as coisas para que possamos compreendê-lo sem perder horas.

O objetivo de tudo isso é saber como ler receitas de nutrientes hidropônicos. As receitas geralmente vêm em unidades de ppm ou partes por milhão. Precisamos saber quantos gramas de cada sal temos de usar.

Vamos aprender a mover-se de ppm (partes por milhão, que é o que geralmente é usado) para gramas de sal (que é o que compras) e vice-versa.

Para isso, você tem que controlar algumas coisas.

Primeiro: uma molécula é um conjunto de átomos
Estritamente falando, devemos mencionar a carga, o tipo de link, e assim por diante, mas nós estamos ficando em um grupo, nós não precisamos de mais.

Na verdade, os sais não são tecnicamente moléculas, mas para os propósitos desta publicação, ficaremos aqui (lembre-se de que há mais informações na primeira parte).

Um exemplo de uma molécula é H₂O, que possui dois átomos de hidrogênio (H) e um oxigênio (O). A carta (ou cartas) nos diz que o elemento (pode ver a tabela periódica) e abaixo de nós o número indica o número de átomos, se nenhum número é uma delas.

Outro exemplo é o sulfato de potássio, K2SO4, que tem dois átomos de potássio, um átomo de enxofre e quatro átomos de oxigênio.

A mais complexa (em termos de escrita) é nitrato de cálcio Ca (NO₃) ₂, que tem um átomo de cálcio, dois de azoto e oxigénio de seis. Os dois fora dos parênteses são multiplicados pelo interior. Fácil, certo?

Segundo: ppm indica partes por milhão
Simplesmente, 1 ppm é parte de algo por um milhão de partes de outra coisa.

No nosso caso, falamos de uma parte do elemento por um milhão de partes de água (que é a substância em que misturamos tudo).

5 ppm de N (nitrogênio) significa que existem cinco partes de nitrogênio por milhão de água. Se conversarmos em peso, seria um grama de algo por milhão de gramas de água.

E como a água que medido em litros e não gramas, e nós sabemos que (mais ou menos) um grama de água é um mL de água, então é preciso é uma grama por milhão mililitros, ou o que é o mesmo de um grama por mil litros, ou se dividimos por mil, um miligrama por litro.

Em suma, 1 ppm de algo nos diz que temos 1 mg de algo por cada litro de água.

Terceiro: nem todos os átomos pesam o mesmo
Imagine uma bola de futebol, e ao lado dela uma bola do mesmo tamanho que pinos de boliche. As duas bolas pesam de maneira diferente, certo? mas eles ocupam o mesmo.

No caso dos elementos é o mesmo, cada "unidade" de elemento pesa de forma diferente.

Lembre-se de que você precisa de unidades, então quanto mais você pesa o item, mais você pesará o valor que precisa.

Cálculos com um exemplo
Vamos ver isso com um exemplo, e que melhor maneira de usar a ordem que vimos antes, com a fórmula Howard Resh para alface:

Ca: 180-200 ppm

Mg: 40-50 ppm

K: 210 ppm

P: 50 ppm

N-Amoníaco: 15 ppm

N-nitrato: 165 ppm

Fe: 3-5 ppm

Mn: 0,5 ppm

Cu: 0,1 ppm

Zn: 0,1 ppm

B: 0,5 ppm

Mo: 0,05 ppm


SABER MAIS AQUI!!!







jueves, 19 de octubre de 2017

Cultivo Hidropônico: uma prática eficiente e de alta rentabilidade.

O sistema hidropônico consiste no cultivo de plantas em meio a uma solução nutritiva, ou seja, sem contato com o solo.

A planta recebe seus nutrientes em quantidades adequadas, sem que haja desperdício. Essa técnica vem sendo empregada por muitos produtores, principalmente os de hortaliças, sendo a alface a mais cultivada por meio da hidroponia, porém como não há restrições nesse sistema, pode ser cultivado verduras e até forragem animal, como vem sendo utilizado nas regiões de caatinga.

A hidroponia apresenta resultados satisfatórios aos produtores, devido a uma maior produtividade se comparado aos sistemas tradicionais, o que se deve a múltiplos fatores, tais como: o aumento da proteção da cultura a fitopatógenos (quando aliado ao emprego do cultivo protegido), consequente diminuição no uso de agrotóxicos, uso racional da água, podendo ser 70% mais econômico do que outros sistemas, diminuição no uso de insumos e possibilidade de plantio fora de época.

Possui como principal desvantagem o alto custo de implantação, devido a necessidade de bancadas, mesas, sistemas hidráulicos, elétricos, geradores de energia e construção de estruturas, no caso do emprego do cultivo protegido. Eventuais falhas, em alguma das partes desta infraestrutura, podem representar grandes perdas na produção, já que o sistema depende do bom funcionamento destes fatores, por esta razão se faz necessário a constante manutenção do sistema.

Tipos de Sistemas Hidropônicos

Os sistemas hidropônicos são divididos entre os que possuem circulação da solução nutritiva, também chamados de sistemas abertos ou dinâmicos, e os que não possuem circulação, conhecidos como de sistema fechado ou estático.


Dentre os sistemas com circulação de solução dinâmica destacam-se o NFT (Nutrient Film Technique), que é o mais usado no mundo. Esta técnica funciona basicamente com um tanque de solução nutritiva, canais de cultivo, uma bomba que promove a circulação da solução e um sistema de retorno ao tanque.


Já entre os principais sistemas no qual não há a circulação de água, existem: o sistema de pavio, onde planta e solução são interligadas por uma espécie de pavio, o sistema floating (ou DFT – Deep Flow Technique), onde as plantas flutuam por meio de um isopor com furos sobre um reservatório contendo a solução nutritiva, neste sistema as raízes ficam completamente submersas e há necessidade da troca periódica da solução nutritiva. O DFT possui uma ótima aeração e é indicada para regiões de intenso calor.
Ainda entre os sistemas de circulação fechada existe a técnica de aeroponia, que consiste na exposição das raízes ao ar sendo a solução nutritiva nebulizada, em uma câmara escura, sendo apenas a parte aérea da planta exposta a luz. É importante salientar que este sistema reque maior investimento, uma vez que há um maior grau de tecnologia sendo empregada.
Ao contrário do que se pensa, a hidroponia também pode ser realizada em outros meios que não a água, como por exemplo, em meio inorgânico, sendo utilizada lã de rocha, areia, perlita, escória entre outros materiais como substrato, ou ainda pode ser feito o uso de materiais orgânicos como serragem, musgo, fibra de coco, etc. O sistema de gotejamento é aplicado nesse meio, no qual os gotejadores ficam localizados na superfície do substrato, próximo à planta irrigando-a. Um temporizador é utilizado para controlar a frequência da irrigação. Seguindo este modelo também há o sistema de subirrigação, que é realizada na região radicular da planta.  
Solução Nutritiva
A solução nutritiva é o fator de maior relevância na hidroponia, seu manejo correto refletirá em um bom desenvolvimento da cultura. Portanto, deverá ser preparada de modo que supra todas as exigências nutricionais do vegetal. Estas exigências variam conforme a planta e são formuladas de acordo com estudos de nutrição, que levam em consideração a espécie, o estágio de crescimento, temperatura e intensidade da luz. Por esta razão é necessário um apoio técnico, aos iniciantes, para a formulação específica. Devem ser utilizados sais fertilizantes de fácil dissolubilidade em água sob a forma de macro e micronutrientes.
Pragas e Doenças
No cultivo hidropônico, assim como nos tradicionais, também ocorrem ataques de pragas e doenças, porém com menor intensidade. Entre as principais doenças estão o Pythium, que ataca as raízes das plantas e encontra na água o local perfeito para o seu desenvolvimento. Fatores como a proximidade das plantas, facilidade de propagação dada pela constante circulação da solução e temperatura, contribuem para sua disseminação no cultivo.
A hidroponia requer constante monitoramento e entre as boas práticas para o bom manejo estão:
- Manter boa a qualidade da água utilizada na solução nutritiva, que deve estar sempre limpa e livre de impurezas físicas e biológicas. Também é importante manter o nível do reservatório, pois tende a diminuir com o desenvolvimento das plantas;
- Manter o pH da solução na faixa ideal (aproximadamente 6). Para maior absorção dos nutrientes é preciso medir o pH da solução nutritiva com frequência, pois as plantas não conseguem sobreviver com pH menor que 3,5;
- Controlar o índice de condutividade elétrica da solução, este fator é tão importante quanto ao pH, e utilizado para estimar as concentrações de sais na solução. As medidas ideais variam entre 1,5 a 3,5 miliSiemens/cm, valores maiores podem ser prejudiciais à planta;
- Controlar a temperatura, que deve ficar na faixa dos 18 aos 24ºC, o aumento da temperatura pode levar a incidência de Pythium e outras doenças. A temperatur
a está relacionada com a diminuição do ponto de saturação do oxigênio, que também afeta o crescimento radicular;
- Realizar a limpeza periódica dos tanques e canais por onde percorre a solução nutritiva é fundamental, pois com o desenvolvimento da planta ocorre a formação de algas, que também é propiciada pela entrada de luz nos canais (perfis), sendo recomendado o escurecimento do ambiente, reservatório e calhas, ou a utilização de materiais de cor escura. É indicada a realização da limpeza do reservatório e perfis durante a troca da solução nutritiva do sistema;
- É importante que haja controle e restrição das pessoas que circulam nas estufas de cultivos hidropônicos, para que não ocasione um aumento de contaminações e entrada de insetos.
A hidroponia se mostra uma prática eficiente e de alta rentabilidade, com expectativa de retorno financeiro de médio e longo prazo, dependendo do tamanho da estrutura instalada. A técnica permite cultivo tanto em pequenas áreas, como por exemplo, em centros urbanos, como em grandes áreas de produção, se tornando uma importante via econômica para os produtores. Para a viabilidade comercial desta atividade é importante seguir criteriosamente as recomendações de boas práticas, e ter o acompanhamento de um técnico qualificado para obtenção de bons resultados produtivos e lucrativos.

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