jueves, 19 de octubre de 2017

Cultivo Hidropônico: uma prática eficiente e de alta rentabilidade.

O sistema hidropônico consiste no cultivo de plantas em meio a uma solução nutritiva, ou seja, sem contato com o solo.

A planta recebe seus nutrientes em quantidades adequadas, sem que haja desperdício. Essa técnica vem sendo empregada por muitos produtores, principalmente os de hortaliças, sendo a alface a mais cultivada por meio da hidroponia, porém como não há restrições nesse sistema, pode ser cultivado verduras e até forragem animal, como vem sendo utilizado nas regiões de caatinga.

A hidroponia apresenta resultados satisfatórios aos produtores, devido a uma maior produtividade se comparado aos sistemas tradicionais, o que se deve a múltiplos fatores, tais como: o aumento da proteção da cultura a fitopatógenos (quando aliado ao emprego do cultivo protegido), consequente diminuição no uso de agrotóxicos, uso racional da água, podendo ser 70% mais econômico do que outros sistemas, diminuição no uso de insumos e possibilidade de plantio fora de época.

Possui como principal desvantagem o alto custo de implantação, devido a necessidade de bancadas, mesas, sistemas hidráulicos, elétricos, geradores de energia e construção de estruturas, no caso do emprego do cultivo protegido. Eventuais falhas, em alguma das partes desta infraestrutura, podem representar grandes perdas na produção, já que o sistema depende do bom funcionamento destes fatores, por esta razão se faz necessário a constante manutenção do sistema.

Tipos de Sistemas Hidropônicos

Os sistemas hidropônicos são divididos entre os que possuem circulação da solução nutritiva, também chamados de sistemas abertos ou dinâmicos, e os que não possuem circulação, conhecidos como de sistema fechado ou estático.


Dentre os sistemas com circulação de solução dinâmica destacam-se o NFT (Nutrient Film Technique), que é o mais usado no mundo. Esta técnica funciona basicamente com um tanque de solução nutritiva, canais de cultivo, uma bomba que promove a circulação da solução e um sistema de retorno ao tanque.


Já entre os principais sistemas no qual não há a circulação de água, existem: o sistema de pavio, onde planta e solução são interligadas por uma espécie de pavio, o sistema floating (ou DFT – Deep Flow Technique), onde as plantas flutuam por meio de um isopor com furos sobre um reservatório contendo a solução nutritiva, neste sistema as raízes ficam completamente submersas e há necessidade da troca periódica da solução nutritiva. O DFT possui uma ótima aeração e é indicada para regiões de intenso calor.
Ainda entre os sistemas de circulação fechada existe a técnica de aeroponia, que consiste na exposição das raízes ao ar sendo a solução nutritiva nebulizada, em uma câmara escura, sendo apenas a parte aérea da planta exposta a luz. É importante salientar que este sistema reque maior investimento, uma vez que há um maior grau de tecnologia sendo empregada.
Ao contrário do que se pensa, a hidroponia também pode ser realizada em outros meios que não a água, como por exemplo, em meio inorgânico, sendo utilizada lã de rocha, areia, perlita, escória entre outros materiais como substrato, ou ainda pode ser feito o uso de materiais orgânicos como serragem, musgo, fibra de coco, etc. O sistema de gotejamento é aplicado nesse meio, no qual os gotejadores ficam localizados na superfície do substrato, próximo à planta irrigando-a. Um temporizador é utilizado para controlar a frequência da irrigação. Seguindo este modelo também há o sistema de subirrigação, que é realizada na região radicular da planta.  
Solução Nutritiva
A solução nutritiva é o fator de maior relevância na hidroponia, seu manejo correto refletirá em um bom desenvolvimento da cultura. Portanto, deverá ser preparada de modo que supra todas as exigências nutricionais do vegetal. Estas exigências variam conforme a planta e são formuladas de acordo com estudos de nutrição, que levam em consideração a espécie, o estágio de crescimento, temperatura e intensidade da luz. Por esta razão é necessário um apoio técnico, aos iniciantes, para a formulação específica. Devem ser utilizados sais fertilizantes de fácil dissolubilidade em água sob a forma de macro e micronutrientes.
Pragas e Doenças
No cultivo hidropônico, assim como nos tradicionais, também ocorrem ataques de pragas e doenças, porém com menor intensidade. Entre as principais doenças estão o Pythium, que ataca as raízes das plantas e encontra na água o local perfeito para o seu desenvolvimento. Fatores como a proximidade das plantas, facilidade de propagação dada pela constante circulação da solução e temperatura, contribuem para sua disseminação no cultivo.
A hidroponia requer constante monitoramento e entre as boas práticas para o bom manejo estão:
- Manter boa a qualidade da água utilizada na solução nutritiva, que deve estar sempre limpa e livre de impurezas físicas e biológicas. Também é importante manter o nível do reservatório, pois tende a diminuir com o desenvolvimento das plantas;
- Manter o pH da solução na faixa ideal (aproximadamente 6). Para maior absorção dos nutrientes é preciso medir o pH da solução nutritiva com frequência, pois as plantas não conseguem sobreviver com pH menor que 3,5;
- Controlar o índice de condutividade elétrica da solução, este fator é tão importante quanto ao pH, e utilizado para estimar as concentrações de sais na solução. As medidas ideais variam entre 1,5 a 3,5 miliSiemens/cm, valores maiores podem ser prejudiciais à planta;
- Controlar a temperatura, que deve ficar na faixa dos 18 aos 24ºC, o aumento da temperatura pode levar a incidência de Pythium e outras doenças. A temperatur
a está relacionada com a diminuição do ponto de saturação do oxigênio, que também afeta o crescimento radicular;
- Realizar a limpeza periódica dos tanques e canais por onde percorre a solução nutritiva é fundamental, pois com o desenvolvimento da planta ocorre a formação de algas, que também é propiciada pela entrada de luz nos canais (perfis), sendo recomendado o escurecimento do ambiente, reservatório e calhas, ou a utilização de materiais de cor escura. É indicada a realização da limpeza do reservatório e perfis durante a troca da solução nutritiva do sistema;
- É importante que haja controle e restrição das pessoas que circulam nas estufas de cultivos hidropônicos, para que não ocasione um aumento de contaminações e entrada de insetos.
A hidroponia se mostra uma prática eficiente e de alta rentabilidade, com expectativa de retorno financeiro de médio e longo prazo, dependendo do tamanho da estrutura instalada. A técnica permite cultivo tanto em pequenas áreas, como por exemplo, em centros urbanos, como em grandes áreas de produção, se tornando uma importante via econômica para os produtores. Para a viabilidade comercial desta atividade é importante seguir criteriosamente as recomendações de boas práticas, e ter o acompanhamento de um técnico qualificado para obtenção de bons resultados produtivos e lucrativos.

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martes, 3 de octubre de 2017

Novas técnicas de cultivo impulsionam a produção de morangos no Rio Grande do Sul


Há mais morangos brotando nas estufas da Serra, Vale do Caí e até da região sul do Estado. Com a adoção de novas variedades e de técnicas de produção mais propícias ao cultivo – a partir da disseminação do sistema por substrato nos últimos cinco anos e que hoje domina 80% das lavouras –, o clima reduziu seu impacto sobre os frutos. 


Enquanto a área cultivada se manteve praticamente estável no Rio Grande do Sul – passando de 490 mil hectares em 2014 para 500 hectares em 2017 –, a produção cresceu mais de 35%, de 17 mil toneladas para 23 mil toneladas no mesmo período. O resultado elevou a produtividade média por hectare em 32,5%, saindo do patamar de 34,7 toneladas para 46 toneladas na mesma base de comparação, segundo estimativa de cultivo de frutíferas da Emater/RS, realizada a cada três anos (quadro abaixo).
Entre os produtores que colhem acima da média estão os irmãos Evandro e Cláudio Andreazza, da Granja Andreazza, de Caxias do Sul, município com a maior produção do Estado. A propriedade chega a produzir 90 toneladas por hectare. Para chegar a este bom resultado, é necessária uma série de cuidados:
– Boas mudas, manejo, estrutura, espaço arejado e adubação correta – conta Evandro, que emprega cerca de 40 famílias na empresa.
Mas o rendimento por planta é relativo, ressalta Evandro, já que há disparidade entre os morangueiros dentro de uma mesma estufa. A produtividade média é de 800 gramas por muda, o que rende entre 70 a 80 toneladas por hectare, com picos de 90 toneladas ao ano por hectare. Uma das vantagens da hidroponia é a possibilidade de colheita ao longo do ano, com plantio escalonado. Somente nos meses de junho e julho há uma quebra, quando é realizado o manejo e o preparo de substrato. 

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